Dia 17 de Novembro - Dia Mundial da Prematuridade.

O nascimento prematuro, antes das 37 semanas de idade gestacional, é uma condição comum que afeta 1/10 dos recém-nascidos, com uma estimativa mundial em cerca de 15 milhões de nascimentos por ano.
Estima-se que as complicações desta condição de prematuridade causem 35% das mortes neonatais globais e são consideradas a segunda causa de morte infantil em menores de 5 anos de idade, logo após a pneumonia.

Durante o primeiro ano de vida, um bebé prematuro apresenta um estado de saúde mais fraco em associação com atrasos de neuro desenvolvimento e cognitivos do que um recém-nascido não prematuro.
Para proteger essa vida frágil, diferentes métodos de monitoração são adotados na terapia intensiva neonatal, como a avaliação da saturação parcial do oxigênio e da frequência cardíaca.

Estas avaliações estão entre as mais adequadas para determinar a resposta biológica ao stress. A FC pós-parto em crianças a termo com respiração espontânea é superior a 100 bpm; no prematuro, a FC é relevante e extingue uma ameaça se apresentar alteração em relação aos níveis esperados.

As anormalidades da FC podem ocorrer e causam problemas funcionais do sistema nervoso autônomo. O batimento cardíaco é influenciado pela atividade simpática (norepinefrina) e parassimpática (acetilcolina), que leva a pequenas acelerações e desacelerações frequentes, respetivamente. O stress e estímulos potencialmente dolorosos aumentam a atividade simpática, gerando aumento da frequência cardíaca.

A saturação parcial do oxigénio é fundamental no cuidado clínico de bebés prematuros. Valores baixos de saturação parcial do oxigénio podem estar correlacionados com redução da sobrevivência, enquanto altas taxas de saturação do oxigénio podem ter efeitos prejudiciais e estão associados à retinopatia dos prematuros uma patologia de alta incidência que atinge os bebés prematuros

Portanto, deve-se ter especial cuidado e atenção a gestão do stress e ao seu papel fundamental no cuidado do bebé prematuro, no que respeita ao seu crescimento e desenvolvimento neuro psicológico . Vários estudos encontraram no bebé prematuro uma diminuição nos níveis de stress associados a um modo particular de toque.

Observou-se que esse modo de contato manual tem efeitos diretos no sistema nervoso autónomo do bebé: reduz os níveis de cortisol produzidos pela resposta ao stress mediado pela atividade do sistema nervoso simpática, melhorando potencialmente a adaptabilidade e a saúde do bebé prematuro. O toque suave possui características neurofisiológicas bem definidas: é um estímulo tátil de pressão suave, lenta e moderada, capaz de estimular um tipo de fibras, as fibras C-tácteis que estão presentes na pele. Essas fibras fazem parte do “sistema interoceptivo”, que recolhe e informa o cérebro acerca dos sinais do exterior chamados de aferentes, em todo o corpo e os integra numa zona do cérebro chamada de córtex insular, no sentido de elaborar a melhor resposta possível ao stress ambiental, ativando assim sistema imunológico do bebé.

No caso dos bebés prematuros o tratamento osteopático produz uma redução da FC assim como um aumento da saturação parcial de oxigénio em bebés prematuros. Esses resultados sugerem que a intervenção osteopática pode induzir efeitos benéficos nos parâmetros fisiológicos do prematuro. Isso abre novos insights para a otimização de abordagens modernas nos cuidados perinatais.

Publicação cientifica da Elsevier - Effects of osteopathic treatment versus static touch on heart rate and oxygen saturation in premature babies: A randomized controlled trial

Especialista em Exercício e Saúde
Osteopata
(Cédula Profissional: C-003 1060)